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"Esta é a casa que quero": o que faz decidir, a cabeça ou o coração?

Especialistas explicam como funcionam a razão e as emoções na procura de casa, e como os agentes podem fazer melhores negócios.



"Além do orçamento, há vários fatores a pesar na hora de se procurar casa para comprar ou arrendar. Desde a área do imóvel, à sua distribuição, orientação e localização, a ser uma casa com vistas, luz natural, com jardim ou com varanda, ter uma zona para teletrabalhar, estacionamento e muito mais. Mas, apesar disto, há casas que parecem ter tudo e, ainda assim, não são suficientes. Não “enchem as medidas”, ou não fazem o “clique” seja pelo que for. E, depois, há outras que simplesmente sabemos que "aquela é a nossa casa", o lar onde queremos viver sozinhos ou em família. Por tudo isto, comprar casa é sempre um grande desafio e uma das decisões mais difíceis de tomar. A par do racional, há sempre a ligação afetiva: a visualização do futuro e da vivência do lar, do conforto, bem-estar e sensação que aquele espaço nos transmite. Mas, afinal, por que é que nos apaixonamos por uma casa? Compramos metros quadrados (m2) ou estados de espírito? Que fatores pesam mais? E o que se pode fazer para tornar uma casa mais atraente e "vendável", na hora de se fazer negócios imobiliários? O idealista/news foi ouvir vários especialistas sobre o tema e revela agora o resultado.


Entre a emoção e a razão: é neste binómio que tudo se decide. Mas a verdade é que a maioria das decisões de compra não são racionais. Nada escapa ao poder das emoções, capazes de contornar até o nosso lado mais analítico e pragmático. E o que é que isto tem que ver com o mercado imobiliário? Tudo. Cada tipo de comprador tem, num determinado momento e consoante a fase vital em que está, expectativas e aspirações em relação ao imóvel que procura: estilo de vida, segurança, conforto, alegria, privacidade e uma infinidade de outros atributos com grande carga emocional, que podem e devem ser explorados, além da questão financeira do valor do imóvel e da taxa de esforço que se calcula para pedir um crédito habitação.


A forma como se “sente” uma casa afeta diretamente como o cliente potencial pondera ou rejeita a opção de visitá-la e, em última instância, comprá-la. Apesar da atual falta de oferta de casas para vender e das dificuldades acrescidas para se comprar casa, quem não for capaz de desenvolver um fator diferenciador que lhe permita estabelecer um vínculo afetivo com clientes e potenciais compradores, terá mais dificuldades em fechar negócio.


A psicóloga Catarina Lucas lembra que “a aquisição de uma casa é um dos grandes objetivos da maioria das pessoas, implicando um grande investimento de tempo, emocional e financeiro” e que, por essa razão, não é um processo fácil, implicando reflexão. “Sendo o local onde passaremos muito tempo, que usaremos como nosso porto seguro, local de convívio, de construção familiar e de criação de memórias, é importante que nos sintamos bem e que consigamos imaginá-la como o nosso “sítio”. Pode ser moderna e muito bonita, mas se não for confortável ou acolhedora deixará de cumprir o propósito que pretendemos para uma casa: sentirmo-nos “em casa” ou seja, sentirmo-nos em paz e serenos”, explica ainda.



Comprar casa: primeiro a emoção e só depois a razão?

“A maior parte das pessoas gosta de pensar que está a agir de forma racional e lógica ao tomar uma decisão tão importante, como comprar uma casa, mas a verdade é que não. As nossas emoções desempenham um papel muito maior do que pensamos ou gostaríamos de admitir. A compra de uma casa faz-se mais com o coração que com a cabeça. Podemos ter uma lista de requisitos essenciais, como a localização, a tipologia, o preço, as áreas, etc., mas quando se trata de escolher a “tal casa” a comprar, as emoções é que dominam”, considera Catarina Diniz, especialista em Home Staging, da Staging Factory.


A especialista defende que "a primeira impressão" é a que conta, isto é, quando entramos numa casa, e antes sequer de qualquer pensamento ou raciocínio logico, há uma emoção que é gerada. E é "amor à primeira vista" que permanece dominante, independentemente das informações subsequentes. Para a Home Stager, é esta ligação emocional imediata que impacta e que acaba por condicionar o processo racional de compra, e por isso se diz que não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão.


“Se temos uma emoção imediata negativa vamos arranjar todos os motivos para justificar o facto daquela casa “não ser a tal”. Se pelo contrário, a emoção é positiva, se nos apaixonarmos pelo espaço, pela luz ou pelo ambiente, sonhamos em fazer daquele espaço a nossa casa, e ainda que a mesma não preencha todos os requisitos, vamos tentar arranjar todas as razões e mais alguma para justificar que é “a tal””, argumenta.


Uma opinião partilhada por Massimo Forte. O consultor, formador e coach, especializado no setor imobiliário, recorda uma frase de Hanna Damásio, mulher do célebre neurocientista português António Damásio -“Decidimos pela emoção e justificamos a decisão pela lógica”-, que pode, na sua opinião, explicar muito bem por que é que geralmente decidimos a compra da nossa casa pela emoção, e depois, justificamos a nossa escolha pela lógica.

“Cada pessoa é única, vive experiências diferentes e por isso tem diferentes interpretações do que necessita, mas principalmente, do que deseja para a sua casa e são estes desejos que muitas vezes se sobrepõem à lógica e é por isso que devem ser previamente identificados pelo agente imobiliário”, frisa o responsável.


Apesar do peso emocional ser determinante, e de muitas pessoas se apaixonarem por uma casa à primeira vista, Ana Gomes, CEO da Remax Forever, aponta outro aspeto a que é fundamental estar atento no momento de se iniciar a procura de uma nova casa: gerir expectativas. “Mesmo que uma casa atenda a todos os requisitos do comprador, o preço pode ser um obstáculo significativo. Antes de iniciar a procura de casa, e no caso de depender de empréstimo para comprar casa, é altamente recomendado que o cliente faça essa consulta junto do seu banco, ou contrate um especialista em crédito, que o oriente em todo o processo”, refere, sublinhando a importância de “procurar a ajuda de um profissional para encontrar uma casa que corresponda às suas necessidades e se enquadre no orçamento, garantindo uma compra segura e evitando possíveis frustrações, arrependimentos no futuro e perdas de tempo”.



A escolha da casa "certa”: fatores que fazem a diferença

A escolha de uma casa é um processo individual e depende das vivências de cada pessoa, das memórias associadas à casa e da ideia que temos para o uso dessa casa, tal como explica Catarina Lucas. Nesse sentido, deverá conseguir dar resposta às necessidades e idealizações do futuro habitante: “se a pessoa pretender receber amigos e família em casa para jantar certamente valorizará uma boa cozinha, com um bom espaço. Se for uma pessoa que cozinhe pouco, poderá privilegiar uma zona de estar em detrimento da cozinha”, diz. Isto porque o ser humano alimenta-se de memórias. Uma planta ou uma peça decorativa são exemplos que, segundo a psicóloga, deixam “marcas” na memória de uma pessoa e, ainda mais, quando pretende fazer dessa a “sua casa”.


De acordo com Massimo Forte, a escolha da casa “certa” vai depender das expectativas de cada pessoa, e explica que existem vários exercícios para se conseguir perceber quais podem ser os fatores chave de decisão. Um muito simples e que cruza os desejos com as necessidades, faz-se com apenas duas perguntas. O especialista dá o exemplo:

  • “Qual é a casa dos seus sonhos?” - Ouça a resposta, explore, vai possivelmente conseguir captar várias características que a casa terá de cumprir, liste e depois faça a segunda pergunta.
  • “De todas as características que descreveu, quais são as três mais importantes e que considera que a sua futura casa tem de ter?” - A primeira pergunta apela claramente aos desejos, a segunda ajuda o agente imobiliário a filtrar as necessidades.
Ana Gomes acrescenta que a “envolvente e a dinâmica de vida proporcionada por uma determinada zona é por vezes tão ou mais importante do que aquilo que o cliente encontra no imóvel que vai comprar”. No entanto, critérios como o preço da casa, número de quartos, espaço exterior, estado de conservação e exposição solar são de extrema relevância e “obrigam os compradores a escolherem zonas alternativas para verem cumpridos os seus desejos”. Além destes fatores, existem muitos outros detalhes que podem fazer a diferença na “hora h”, segundo a consultora. Por exemplo, a qualidade dos materiais de construção, a luz natural, a facilidade de estacionamento, entre outros.


A escolha da casa “certa” depende, portanto, de fatores emocionais e racionais. Do lado da "massa cinzenta" temos fatores como a localização, o preço, a tipologia, área envolvente, orientação solar, etc. No entanto, para Catarina Diniz, são os fatores emocionais, “menos fáceis de descrever, que assumem o papel dominante no tal “clique” necessário para a tomada de decisão”. A especialista aponta dois fatores determinantes e justifica:

  • Criar a emoção “uau” no primeiro instante da visita: “A primeira impressão é a única impressão. A forma como se promove a casa (quer online quer offline) deve ser trabalhada neste sentido: causar uma excelente primeira impressão. Neste primeiro instante, o potencial comprador não está a avaliar a planta ou os detalhes. Está à procura de uma “boa sensação”. E é esta sensação positiva, a conexão emocional que faz toda a diferença. “Detalhes” como a estética, a apresentação e o ambiente certo são fatores determinantes na escolha da “casa certa”. É por isso que os primeiros segundos são cruciais para fazer com que os potenciais compradores de apaixonem pela casa”.
  • Criar o ambiente certo: “Todos já sentimos. O entrar numa casa e imediatamente sentir-se em paz, num ambiente tranquilo e organizado, o sol a entrar pela janela, a luz a inundar o espaço. Um espaço acolhedor que convida a ficar. Independentemente do porquê já se sente em casa. Os detalhes têm exatamente a ver com a criação do ambiente certo. As cores utilizadas, a boa circulação e fluidez do espaço, a higiene e a limpeza, a organização e arrumação, a proporcionalidade dos móveis face ao espaço disponível, a despersonalização e neutralidade do ambiente, o toque dos materiais, os cheiros, a iluminação, etc. Todos estes aspetos devem ser bem trabalhados para criar uma boa sensação ao potencial comprador”.


Conselhos para tornar uma casa mais “vendável” e apaixonante

Antes de mais, Massimo Forte frisa que não existem imóveis “invendáveis”. “Existe um comprador certo para cada casa, mas não existe uma casa para todos os compradores. Tendo este princípio em mente, em primeiro lugar, o profissional de mediação imobiliária deve conhecer e enquadrar o imóvel no contexto certo e isso implica saber analisar o mercado, o local, a oferta, os valores, a procura, as pessoas que se enquadram no contexto, as suas necessidades, os seus desejos e as suas limitações. Conhecer o contexto é essencial para conseguir posicionar a casa de forma que esta consiga apelar ao público-alvo certo”, refere.


O especialista recorda que a estratégia de promoção certa pode atrair e reter a procura e, dentro disto, o preço, a preparação do imóvel, as fotos, a descrição das características da casa e da zona, o histórico de evolução de vendas, e a orientação sobre o potencial do investimento que está a propor, ajudam a facilmente captar os compradores certos para se “apaixonarem à primeira”.

Os agentes imobiliários devem, por isso, prestar atenção a todos os detalhes. A começar desde logo pelos anúncios – a “porta de entrada” para quem está à procura de casa. Isto porque não basta querer “vender” emoções, é necessário, antes de mais, compreendê-las, e depois, saber “descrevê-las”. Graciete Freitas, business trainer do idealista Portugal, relembra, por exemplo, que o objetivo da descrição de um anúncio de uma casa é “não é informar, mas sim seduzir”. O anúncio é, na maioria das vezes, o primeiro contacto de um potencial comprador com o imóvel e, por isso, segundo a responsável, será fundamental converter “as características em benefícios emocionais”, até porque “o contacto é uma decisão emocional”. “O comprador procura benefícios que satisfaçam as suas necessidades ou desejos, e quanto maior o benefício maior o valor percebido”, realça.


“A maior parte de todas as decisões de compra são tomadas em nível subconsciente e que, sendo assim, é importante impactar o inconsciente do consumidor com memórias, emoções e experiências positivas”, acrescenta.



A força do Home Staging para ajudar a vender casas

Existem várias técnicas de marketing usadas na promoção que contribuem para tornar uma casa mais “vendável” e apaixonante. Ana Gomes destaca o Home Staging, uma “técnica de marketing muito utilizada nos Estados Unidos, cada vez mais usada em Portugal, focada em criar um ambiente estratégico para vender o imóvel, de forma mais apelativa e consensual à generalidade dos clientes, criando uma experiência única que inspire e potencie a compra”. “Na minha opinião é uma das melhores ferramentas de venda. Os clientes não compram um imóvel, compram a ideia de uma casa. Sem mobília o cliente comprador não tem uma noção real do espaço”, refere a CEO da Remax Forever, acrescentando que desta forma, “é possível ajudar os compradores a visualizarem como seria viver naquele espaço, estimulando o interesse e acelerando o processo de venda”.

 “Este é o grande objetivo do Home Staging, um conceito de valorização imobiliária que visa maximizar o potencial do espaço e tornar a casa atrativa ao maior número de potenciais clientes, aumentando assim o valor e a rapidez da sua comercialização. O home staging tem como grande objetivo seduzir o potencial comprador através da criação de um ambiente neutro, claro, espaçoso e acolhedor que leve o potencial cliente a imaginar-se a viver no espaço”, destaca Catarina Diniz, profissional da área.


A especialista da Staging Factory deixa 7 regras básicas para tornar a casa mais “vendável” e apaixonante:

  • Utilizar o Home Staging e o design de interiores para dar aos potenciais clientes um vislumbre do estilo de vida que poderão viver na casa;
  • Revelar o potencial máximo do espaço, destacar os seus trunfos e criar um imaginário de sonho de forma a levar os potenciais clientes a imaginarem-se no espaço e a criar a ligação emocional que desencadeia o processo de tomada de decisão;
  • Criar um ambiente convidativo e acolhedor com base na combinação perfeita entre o a mobiliário, a paleta de cores e a seleção criteriosa de peças decorativas;
  • Neutralizar e despersonalizar o ambiente usando cores neutras e claras para ajudar qualquer visitante a identificar-se com o espaço;
  • Potenciar a boa visualização, apresentando um espaço fluído, com uma boa circulação, organizado e bem iluminado;
  • Ter sempre em atenção que os pormenores têm um efeito fundamental - os cheiros, a higiene, os pequenos arranjos, a hora a que se mostra a casa. Para maximizar o preço e rapidez da venda tudo deve estar no seu melhor;
  • Por último, não esquecer que as casas se vendem primeiro na internet. As fotografias e os vídeos são o primeiro contacto e podem conquistar ou afastar o potencial cliente.


Marketing de emoções – uma vantagem no imobiliário

A maioria das decisões de compra – seja ela qual for –, tem uma componente emocional. E no imobiliário não é diferente. Quando um potencial comprador quer mudar de casa está já a viver dentro de um carrossel de emoções, seja porque é a compra da primeira casa; porque a família cresceu e precisa de mais espaço; ou porque está a meio de um divórcio ou a enfrentar uma situação de desemprego, por exemplo.


Há muitas ferramentas para potenciar negócios, mas o marketing de emoções destaca-se, hoje em dia, como vantagem. Os clientes não estão à procura apenas de um imóvel, mas da concretização de um sonho e estilo de vida que ambicionam ter. E esses fatores também podem influenciar a perceção de valor que um comprador tem do imóvel – uma piscina ou um jardim pode fazer sentido se o comprador imaginar a família a desfrutar de bons momentos naqueles espaços e pode levá-lo a querer pagar mais por isso. Mas ter um lugar de estacionamento para um jovem que vive sozinho no centro da cidade e não tem carro, pode não acrescentar qualquer valor, a não ser no preço.

 “A partir do momento em que o agente imobiliário tem uma clara ideia do mercado, da procura, das necessidades e dos desejos, pode aplicar as várias técnicas de marketing que promovam o imóvel de forma a apelar ao cérebro reptiliano, ou seja, à parte mais antiga do nosso cérebro, e dar continuidade à comunicação através do cérebro límbico, ligado às emoções e a que responde a estímulos que geralmente são despoletados pelo uso de imagens, objetos, cheiros ou palavras-chave”, salienta Massimo Forte.


Segundo o especialista, “pensar nas pessoas que queremos atrair, nas imagens que as atraem, na história que podemos contar, e nas sensações que queremos que estas pessoas tenham ao longo da experiência de procura e visita, é crucial para despoletar a curiosidade e o desejo”. “Hoje pode ser feito de forma cada vez mais profissional com a formação certa e com o apoio de empresas especializadas, contudo, há que ter em conta o contexto e contar sempre com a parte da decisão lógica que torna possível a venda onde critérios como a capacidade financeira sobrepõe a razão à emoção”, argumenta.

“Quando penso em marketing de emoções, penso imediatamente em experiência. A missão do consultor é transformar casas, inspirar ambientes e criar uma experiência única ao cliente que as visita. Há uma frase da Maya Angelou que utilizo muito e que diz o seguinte: ‘As pessoas podem esquecer aquilo que eu disse, podem esquecer aquilo que eu fiz, mas nunca vão esquecer a forma como eu as fiz sentir’”, começa por dizer Ana Gomes.


De acordo com a consultora, o marketing de emoções ajuda a criar um vínculo emocional com os potenciais clientes, destacando características e atributos que geram emoções positivas, como conforto, segurança, bem-estar e satisfação pessoal. Isso pode ser feito, explica, “por meio de fotografias e vídeos de alta qualidade, descrições envolventes dos espaços e ambientes, e a criação de experiências imersivas e interativas, como visitas virtuais ou até mesmo o home staging.” “Ao gerar uma conexão emocional com os clientes, aumentamos a probabilidade de vender e de reduzir o tempo de venda, ao mesmo tempo que geramos uma perceção positiva e duradoura da nossa marca. Para que a experiência seja diferenciadora e inesquecível, o recurso às soft skills é determinante”, destaca.


“Soft skills são habilidades comportamentais e emocionais, como a comunicação, empatia, negociação, flexibilidade e resolução de problemas. Elas são importantes na medida em que não existe serviço personalizado e de excelência sem elas. Uma boa comunicação e empatia permite-nos entender as necessidades e desejos dos clientes, oferecendo soluções personalizadas para ir ao encontro das suas expectativas. Já a flexibilidade e a resolução de problemas permitem encontrar soluções criativas e eficazes para eventuais problemas que possam surgir durante o processo de venda”, conclui a especialista."



fonte: Idealista.pt - 2023/05/23


Por António Trindade 15 mai., 2024
Se estás a pensar comprar casa, tens de avaliar mais do que a tua situação financeira. Além disso, há outros cuidados a ter... "Comprar casa no nosso país é uma aventura. Nesse momento, há diversas questões que nos surgem, tais como: “Quando é que os preços das casas vão baixar?“; “O que fazer para comprar um imóvel?”; “Como funciona a compra de casa em Portugal?” Já todos tivemos a oportunidade de procurar um imóvel num site especializado na matéria. No entanto, o investimento é tão significativo que não deve ser encarado com trivialidade. Comprar casa não é como quem faz compras no supermercado. A compra de um imóvel é uma decisão importante que representa um grande investimento. Por isso, a decisão deve passar por um processo demorado, que deve ser tomada em consciência. Existem diversos fatores importantes que deves ter em consideração no momento de comprares uma casa, pois trata-se de uma compra à qual ficaremos ligados por muitos anos. Se estás a pensar em comprar casa, tens de avaliar mais do que a tua situação financeira. Eis outros cuidados a ter. Comprar uma casa: 8 precauções a tomar Antes de avançar para a compra de casa, há alguns cuidados que deves ter, de modo a que este passo seja dado com segurança e sem imprevistos. Toma nota de todas as precauções que deves tomar. Pondera bem sobre o tipo de casa a escolher Primeiro, deves definir o montante que estás disponível a investir na habitação. Posteriormente, deves definir que tipo de imóvel queres comprar. Comprar uma casa nova é diferente de comprar um imóvel usado, pois a última opção pode implicar a realização de obras. Se tiveres de fazer algumas melhorias ou uma remodelação completa, deves já calcular um valor para obras. Depois, compara os valores gastos e verifica se compensa realmente o imóvel usado ou se é preferível fazeres a compra de uma casa nova. Avalia bem a tua situação financeira Certificares-te que avalias bem a tua situação financeira e a tua estabilidade profissional revela-se um dos cuidados essenciais que deves ter no momento de comprares uma casa. Posteriormente, deves fazer uma escolha bem ponderada. A opção deve ser feita, após analisares a tua situação financeira. Deves reconhecer que não deves “dar um passo maior do que a perna” para tomares uma decisão sensata, que não afete a tua estabilidade. Conhece bem a tua vizinhança É importante conheceres o tipo de vizinhança que encontrarás, se fores viver para a casa identificada. Por isso, faz por perceber se as pessoas com quem te irás cruzar são simpáticas, barulhentas, conflituosas, entre outras caraterísticas que possam pesar na decisão a tomar. Faz visitas à casa em diferentes alturas do dia É uma boa estratégia visitar a casa pretendida em diferentes momentos do dia. Durante o processo de compra do imóvel, deves fazer visitas a diferentes horas para perceberes quais são as divisões que recebem luz natural direta. Também podes ficar a saber quais são as divisões mais frias e húmidas. Se só visitares o imóvel durante a noite, não conseguirás identificar determinados problemas que o imóvel possa ter, devido à luz artificial que impede que se identifique a verdadeira condição da casa. Verifica as infraestruturas da casa É importante verificar o estado do interior do edifício, avaliar o estado de conservação dos materiais e conferir se existem problemas. Por exemplo, se há humidade, maus acabamentos, eventuais fissuras ou sinais evidentes de intervenções. Avalia o teto e as paredes. Se existirem rachaduras ou manchas amarelas, isso poderá significar que há problemas de infiltrações. É também fundamental verificar o estado da instalação elétrica, da rede de abastecimento de água e da rede de gás, para não existirem surpresas desagradáveis, nomeadamente eventuais curtos-circuitos, fugas de gás ou rebentamento de canos. Observa o estado do chão No momento de visitares a casa, deves observar bem o chão da casa e avaliar o seu estado, tentando identificar se há ou não desníveis. Esta verificação é importante, porque poderá impedir más compras que impliquem ter de lidar com problemas no futuro. Há pisos com desníveis que significam que há problemas estruturais na habitação ou que foram realizadas obras com muitas imperfeições. Se o imóvel apresentar um chão flutuante, verifica se o mesmo se encontra bem instalado. Caso contrário será necessário colocá-lo novamente. Numa casa antiga, pode existir um chão desgastado, com riscos ou com falta de polimento. Tem isso em conta, pois pode representar um investimento. Se o chão apresentar danos perto dos rodapés ou manchas fortes no pavimento, isso poderá significar que é necessário resolver um problema escondido. Será que queres gastar dinheiro nessas obras? Faz por escolher o melhor crédito habitação No momento de comprares casa, deves certificar-te de que escolhes o crédito habitação mais adequado para ti. Ora, como irás investir um montante avultado, deves assegurar um crédito habitação que te ofereça as melhores condições. Este tipo de compra representa sempre uma despesa com muito peso no orçamento. Implicará sempre prestações que ficarás a pagar ao longo de muito tempo. Por isso, convém seres cauteloso para não pressionares demasiado a tua taxa de esforço. Reflete sobre a exposição solar e a eficiência energética do imóvel Ter uma casa com boa exposição solar revela-se uma excelente caraterística. A luz natural não só é benéfica para a saúde, como pode representar uma vantagem para a tua carteira, pois essa iluminação sem custos também assegura grande poupança na fatura da eletricidade. Durante o processo de compra de um imóvel deves sempre solicitar o certificado energético da casa. Trata-se de algo que te permite calcular os gastos que terás de realizar para manter os níveis de conforto no interior do imóvel. Além disso, é obrigatório que o vendedor te forneça o Certificado Energético do Imóvel. Para lá da luz natural, há outras caraterísticas relevantes que deves ter em consideração no momento de comprares um imóvel, nomeadamente verificares o tamanho e a quantidade de janelas que a casa apresenta. Outra qualidade que uma casa pode ter é a orientação solar. Se o imóvel se encontrar virado para sul ou a poente, isso assegura grande poupança, porque se trata de uma orientação que confere uma maior exposição solar. Convém evitar comprar casas virada para norte pois, apesar deste tipo de imóvel ter a seu favor o facto de ser uma habitação mais fresca no verão, esta casa não irá apanhar muito sol. Desta forma, irá implicar um gasto significativo na fatura de aquecimento, que ficará mais “pesada” no inverno, além de ser mais provável ter de lidar com problemas de humidade. Uma casa que se encontre voltada a nascente também não é muito vantajosa, pois só terá sol durante a manhã. As persianas, a qualidade das portas, as janelas, os vãos e a existência ou não de painéis solares são outros factos a teres em conta no momento de comprares a casa, pois são elementos que interferem com o nível térmico da habitação." fonte: "idealista.pt" - "2024/05/15"
IX Concentração de Vespas em Resende
Por António Trindade 12 mai., 2024
IX Concentração de Vespas em Resende
Por António Trindade 10 mai., 2024
Reflexo do comportamento dos preços registados no último ano, a valorização homóloga das casas atingiu os 9,6% no primeiro trimestre do ano, ainda assim um abrandamento face aos 17,2% registados um ano antes. "Os preços de venda das casas em Portugal (Continental) subiram 2,2% no primeiro trimestre deste ano, face ao trimestre anterior. Trata-se de uma aceleração da variação em cadeia, comparando com a subida de 1,6% registada no final de 2023. De acordo com o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário, esta variação trimestral é bastante inferior à que se registou um ano antes, de 4,3%, mas esta performance sinaliza uma reversão do padrão de suavização das subidas de preços sentido ao longo do último ano, a qual, a confirmar-se, contraria a expetativa dominante no mercado. De qualquer forma, em reflexo do comportamento acumulado dos preços ao longo do último ano, a valorização homóloga voltou a reduzir o ritmo, atingindo 9,6% em março de 2024. Este indicador fica 7,6 pontos percentuais abaixo da taxa de variação homóloga de 17,2% registada no 1º trimestre do ano passado. Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, explica em comunicado que “nos últimos três meses, o índice inverteu a trajetória de curto-prazo, alcançando uma variação trimestral de +2,2%, depois de ter este indicador em 1,6% em dezembro. Estes números confirmam os últimos resultados do Portuguese Housing Market Survey, refletindo um comportamento mais positivo da procura e trazendo as expetativas de vendas para terreno positivo. Espera-se que as taxas de juro comecem a cair nos próximos meses, e isso está a melhorar a confiança dos compradores, o que acaba por colocar pressão adicional sobre os preços”. De acordo com as projeções realizadas a partir das vendas reportadas ao SIR-Sistema de Informação Residencial, no 1º trimestre deste ano terão sido transacionados cerca de 34.300 fogos em Portugal Continental. Este volume supera em cerca de 5% a média de 32.800 vendas por trimestre registada em 2023, confirmando a trajetória de recuperação, lenta, mas consistente, da atividade que se faz sentir desde a segunda metade do ano passado. Em termos de preços, as vendas residenciais no território Continental realizaram-se por um valor médio de 2.447 euros/m² no 1º trimestre deste ano, posicionando-se em 3.413 euros/m² na habitação nova e em 2.326/m² na habitação usada." fonte: "publico.pt" - "2024/05/08"
Por António Trindade 06 mai., 2024
Taxas Euribor desceram para todos os prazos no mês de abril, trazendo alívio às prestações, revelam simulações. "As taxas Euribor continuam a dar sinais de descida, antecipando a flexibilização da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) prevista para junho. Estas são boas notícias para as famílias que estão a pensar contratar um crédito habitação a taxa variável em maio, já que as prestações da casa estão mais baixas face aos meses anteriores, tal como revelam as simulações do idealista/créditohabitação. Quem está a pagar um empréstimo habitação indexado à Euribor e tiver revisão da prestação este mês, também pagará menos. Descobre quanto. O balanço final de abril trouxe descidas para todos os prazos das taxas Euribor face ao mês anterior: Euribor a 12 meses : a média mensal de abril desceu para 3,703%, menos 0,015 pontos percentuais (p.p.) face a março (3,718%); Euribor a 6 meses : esta taxa mensal caiu para 3,838% em abril, um menor valor comparativamente com a de março (para 3,895%); Euribor a 3 meses : a taxa do prazo mais curto desceu para 3,885%, menos 0,038 p.p. do que no mês anterior (3,923%). Estes recentes recuos da Euribor em abril – que é usada para os créditos habitação contratados em maio – vêm antecipar a queda dos juros do BCE que está prevista para junho. O que “parece cada vez mais claro é que os cortes nas taxas estão ao virar da esquina”, assume David Brito, diretor-geral da Ebury Portugal, tendo em conta que o regulador europeu admitiu na reunião de abril que “está pronto para flexibilizar a política monetária na sua próxima reunião, em junho". “O banco sente-se encorajado pelo progresso da inflação na zona euro, que deverá abrir caminho a um primeiro corte de 25 pontos base na reunião de junho”, conclui o especialista em declarações ao idealista/news. Assim, “parece cada vez mais claro que as boas notícias para os titulares de crédito à habitação surgirão a partir de junho, uma vez que, juntamente com as reduções das taxas do BCE, haverá uma queda significativa da Euribor”, indica David Brito. Como ficam as prestações da casa em maio? Com estas novas descidas da Euribor, quem está a pensar comprar casa em maio com recurso a um crédito habitação a taxa variável vai pagar menos face a quem contratou no mês anterior. É isso mesmo que revelam as simulações do idealista/crédito habitação, tendo por base um novo empréstimo habitação de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos: Crédito habitação com Euribor a 12 meses: quem avançar com o empréstimo em maio (que usa a média da Euribor de abril) vai pagar uma prestação de 777 euros no primeiro ano, menos dois euros que quem se antecipou e avançou com o financiamento em abril (779 euros). Crédito habitação com Euribor a 6 meses: a prestação da casa a pagar em maio e nos cinco meses seguintes será de 790 euros, menos seis euros face a quem contratou o empréstimo da casa em abril; Crédito habitação com Euribor a 3 meses: a prestação da casa desceu para 795 euros nos primeiros três meses do contrato, menos dois euros do que quem avançou com o crédito da casa em abril. “Além disso, quem tem de rever o seu crédito habitação, tanto anual como semestralmente, vai finalmente ver a sua prestação mensal baixar, uma vez que a Euribor há 6 e 12 meses era ligeiramente superior”, referiu ainda o diretor geral da Ebury Portugal. Em concreto, a Euribor a 12 meses de abril 2024 (3,703%) é 0,054 p.p. inferior do que há um ano (3,757%). E também a taxa a 6 meses (3,838%) caiu face à que estava seis meses antes, acima dos 4%. Assim, quem estiver a pagar crédito habitação a taxa variável (ou mista em período variável) também verá as suas prestações da casa baixar depois de serem revistas este mês. De notar que a dimensão da descida da prestação da casa dependerá do ano do contrato, bem como do capital em dívida, entre outros fatores. " fonte: "Idealista.pt" - "2024/05/03"
Por António Trindade 29 abr., 2024
Descobre as vantagens e desvantagens em comprar uma casa em planta. "A compra de imóveis em planta é uma forma de aquisição muito popular em Portugal, principalmente nas zonas urbanas. Esta é uma oportunidade de negócio muito vantajosa para os promotores, uma vez que, ao obter compradores numa fase inicial, conseguem retorno do financiamento já feito e podem aplicá-lo para financiar uma parte do projeto. Para quem quer comprar casa, os imóveis em construção podem ser opções mais acessíveis para a carteira das famílias, no entanto, há alguns cuidados que deves ter em atenção. Neste artigo, vamos mostrar-te todas as vantagens de desvantagens de comprar uma casa em planta. Comprar uma casa em planta: vantagens Comprar uma casa em planta pode ser a forma de garantir que conseguirás escolher exatamente aquele espaço que querias, e obteres uma casa que já tivesses idealizado na tua cabeça. Evitas restringires-te às opções disponíveis no mercado e podes construir a casa dos teus sonhos. A poupança é uma das vantagens que podes ter em optar por uma casa em planta, porque podes poupar um valor significativo. Um imóvel em projeto ou em construção é normalmente mais barato do que um já concluído. Ao adquirires uma casa nesta fase tem ainda mais margem para negociar o preço e podes contar com maior potencial de valorização. Ou seja, quando estiver concluído o imóvel vai valer mais. Outra vantagem que podes encontrar, é o facto de ser 100% novo. A casa que vais comprar vai ser estreada por ti e, sendo um imóvel ainda em construção, terá certamente os materiais e tecnologias mais recentes, por exemplo, em termos de insonorização ou de climatização. Se a casa vier a revelar defeitos está, por lei, abrangida pela garantia. Ao comprares a casa em planta terás a possibilidade de escolher a casa dos teus sonhos. Nesta fase, é possível escolheres acabamentos, por exemplo, em termos de cores de paredes ou pavimentos. E tens mais tempo para encontrar os móveis e outros objetos de decoração. Os pagamentos faseados fazem parte das vantagens e dão a possibilidade de juntares dinheiro para ir saldando esses compromissos. Numa fase muito inicial deves pagar o sinal, para reservar o imóvel. Depois, ao assinares o contrato promessa compra e venda, são estabelecidos outros pagamentos. Uma casa em planta permite que tenhas o tempo necessário para planear uma mudança de casa. Como sabes, é uma fase sempre muito stressante, no entanto, se for planeada com tempo evitas grande parte do stress e tens tempo para planear tudo ao pormenor. Desvantagens e riscos de comprar uma casa em planta Um dos grandes receios de quem compra uma casa em planta é que não fique da forma que foi idealizada. Por isso, damos-te a conhecer algumas desvantagens, para que possas tomar a decisão de forma consciente. Conclusão da obra por por dificuldades financeiras da empresa construtora ou do promotor. Apesar de ser um receio comum, não é algo que aconteça de forma recorrente. No entanto, o conselho que te podemos dar é, informares-te sobre a solidez da empresa e procurares algum feedback sobre essa empresa; Atrasos na finalização da obra. Para assegurares os teus direitos deves certificar-te que existe uma cláusula no CPCV que te garanta a possibilidade de receberes indemnizações por incumprimento de prazos; O resultado final não estar de acordo com o que foi idealizado. É um medo comum de quem realiza este tipo de investimento e, como tal, deves certificar-te de que compreendes todas as informações que constam na planta. Documento escrito e válido: porque é importante? Ter um documento escrito e assinado por ambas as partes é a melhor forma de salvaguardar os direitos no caso de alguma coisa correr menos bem. O documento deve, sempre, mencionar os prazos de entrega e de pagamento, bem como eventuais indemnizações no caso de incumprimento de alguma das partes. Crédito financeiro é possível para casas em construção? É possível. Contudo, como é prática comum em qualquer contrato de crédito habitação, o financiamento bancário geralmente não cobre a totalidade do valor do imóvel. Portanto, é aconselhável ter uma reserva financeira para complementar o valor do imóvel e realizar adiantamentos, se necessário. Caso não possua essa reserva, será necessário procurar uma alternativa. Se houver margem no orçamento, é recomendável utilizar recursos próprios para efetuar os adiantamentos e recorrer ao crédito apenas para situações imprevistas e para a conclusão do processo de compra." fonte: "idealista.pt" - "2024/04/29"
Por António Trindade 24 abr., 2024
A necessidade de descarbonização do imobiliário está a dar o pontapé de saída para a renovação de muitas habitações, em muitos casos, com fundos públicos disponíveis para esse investimento. Instalar janelas eficientes é uma oportunidade para tornar estas casas não só mais confortáveis, mas também mais seguras. "Na hora de tornar a casa mais segura, a instalação de janelas eficientes é uma das mudanças mais eficazes que se pode fazer, com todas as melhorias que isso traz também ao nível do conforto, da acústica e da eficiência energética. A ANFAJE – Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes apela a que a acústica e a segurança não fiquem de parte quando se tomam decisões sobre estes investimentos. Em entrevista ao Público Imobiliário, João Ferreira Gomes, presidente da associação, recorda que uma janela eficiente “não é apenas boa para melhorar as condições térmicas e acústicas de uma casa, com o mesmo investimento podemos conseguir também segurança antirroubo. É fundamental considerar a substituição de janelas quando se faz hoje um investimento na habitação”. A eficiência energética está longe de ser a única vantagem de uma janela eficiente. “As pessoas já têm noção da necessidade de substituir janelas más, e devem agora ter também atenção ao fator da segurança, que deve estar associado à térmica e à acústica. A população já tem alguma sensibilidade em relação às necessidades de segurança antirroubo das portas da habitação, e conhece as portas blindadas, por exemplo, mas ainda há muito desconhecimento sobre o papel que uma janela eficiente pode ter na questão da segurança antirroubo”. Além disso, é mais eficaz investir primeiro em janelas mais eficientes, antes de instalar um sistema de alarme, por exemplo. “É fundamental garantir que a casa tem um conjunto de boas janelas eficientes, para que quem vai assaltar não tenha a vida facilitada”, principalmente tendo em conta que “janelas antigas, de correr, com vidro simples, como as que temos na maior parte dos nossos edifícios em Portugal, são muito fáceis de penetrar, mesmo que o alarme toque, o ladrão já pode estar lá dentro, mas se a casa tiver também janelas eficientes, será muito mais difícil entrar”. O papel das janelas eficientes passa por tecnologia e mecanismos que impedem os eventuais assaltantes de entrar rapidamente em casa, principalmente no caso das moradias térreas, que representam a maior parte das habitações do país. Dificultar a intrusão contribui para ganhar tempo precioso, durante o qual se pode ter reação ou pedir ajuda. Ou pode, simplesmente, dissuadir quem procura um alvo mais fácil: “os ladrões tendem a escolher a solução mais fácil e mais rápida, com janelas mais fáceis de arrombar. Com janelas eficientes, estamos, no fundo, a ganhar tempo para proteger a nossa casa, no caso de ela ter sido a escolhida”. Uma oportunidade única para tornar o parque edificado português mais seguro A onda de renovação do parque edificado habitacional europeu que agora começa é uma oportunidade única para tornar as habitações não só mais sustentáveis e neutras em carbono (como assim as metas europeias definem), mas também mais seguras, já que as janelas eficientes respondem a todas estas necessidades. Para cumprir os objetivos europeus e nacionais de descarbonização da economia e do imobiliário, já estão em campo vários programas de apoio à renovação de edifícios, como o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, ou o Vale Eficiência, que se centram, sobretudo, na melhoria do conforto térmico e da eficiência energética. Mas a ANFAJE recorda que há que não esquecer também a componente acústica e a segurança, para não perder esta “oportunidade única” de reabilitação e de melhoria das condições de vida de todos. “O investimento que vai ser feito pode incluir logo todas estas melhorias”. E João Gomes garante que “atualmente, a maioria das janelas eficientes que se produzem e instalam já têm um nível de eficácia bastante elevado quanto à segurança antirroubo”, por isso o investimento não é muito superior ao da instalação de uma janela termicamente eficiente, por exemplo. João Ferreira Gomes ressalva que não se quer incentivar o medo: “tendo em conta que 3,5 milhões de casas em Portugal têm janelas ineficientes, queremos tentar que o investimento na substituição dessas janelas seja feito já com soluções que contemplem também soluções antirroubo”. Na altura de substituir janelas, “os cidadãos devem solicitar às empresas do setor, janelas dotadas de sistemas de ferragem, pontos de fecho, fechaduras mais seguras, que possam dar à janela uma maior robustez na questão da segurança antirroubo”. Empresas estão especializadas e preparadas para responder a estas necessidades " As empresas especialistas no fabrico de janelas eficientes estão “perfeitamente preparadas” para acompanhar este desafio de renovação dos edifícios, com soluções que vão permitir mais conforto e segurança numa casa mais sustentável. Segundo João Ferreira Gomes, há que procurar soluções como ferragens específicas antirroubo, com vários pontos de fecho e classificações RC2 com vidro laminado, um exemplo de solução antirroubo, difícil de quebrar mas também acusticamente mais eficiente. É necessária mais divulgação e sensibilização das seguradoras O presidente da ANFAJE acredita que também as seguradoras têm de estar mais sensibilizadas e abertas para este tema, e deveriam adotar modelos de desagravamento do custo dos seguros antirroubo da habitação semelhantes aos que já existem noutros países europeus, como no Reino Unido. João Ferreira Gomes acredita que “isto acontecerá certamente por desconhecimento das seguradoras, e esperamos que em breve estejam atentas a esta questão e que, em conjunto [ANFAJE], possamos chegar a uma solução que permita desagravar as apólices dos seguros. Apelamos a que as seguradoras desenvolvam comunicação connosco, para que os seus clientes tenham este benefício. É por aí que devemos começar”. Por outro lado, a ANFAJE está apostada em reforçar a sensibilização e a disseminação de informação junto do cliente final, numa altura em que o grande foco do setor é a eficiência energética, “até porque os apoios concedidos no âmbito dos programas públicos têm sido nesse âmbito”. Por isso, “a segurança antirroubo tem ficado um pouco de lado”. Assim, a ANFAJE “cada vez mais comunicará esta temática, explicando o porquê da necessidade de substituir janelas de má qualidade, e vai focar-se não só na questão da térmica e da acústica, mas também na questão da segurança antirroubo”." fonte: "publico.pt" - "2024/04/24"
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