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NOTÍCIAS | Sem falsos otimismos e sem alarmes: o que espera a mediação de 2023

𝗡𝗢𝗧𝗜́𝗖𝗜𝗔𝗦 | Como se vai comportar o mercado imobiliário em 2023? E quais os desafios e oportunidades? Profissionais do setor respondem.



"Entre a euforia e a depressão. O ano de 2022 apresentou-se como um ano bipolar, até esquizofrénico e marcado por vários desafios na economia global, e também no setor da mediação imobiliária em Portugal. Houve atividade, dinamismo e negócios, a crescerem lado a lado com a incerteza, face à reviravolta que a Guerra na Ucrânia trouxe, num cenário de pós-pandemia. A inflação disparou, as taxas de juro começaram a subir e o poder de compra das famílias e de poupança caíram, com Portugal, ainda assim, a manter-se atrativo, como destino de investimento. O que esperar, afinal, de 2023? O idealista/news ouviu vários profissionais do imobiliário, procurando antecipar tendências e apontar desafios e oportunidades para o ano que aí vem e promete ser de curvas.


A mediação imobiliária tem dado boa resposta às crises, e os especialistas acreditam que a resiliência do setor vai manter-se no próximo ano. Depois de um 2022 dinâmico, e em alguns casos a bater recordes de vendas de casas e transações imobiliárias, 2023 avizinha-se, sem surpresas, como um ano desafiante, mas também de crescimento. As famílias portuguesas não terão a vida mais facilitada em termos de preços para comprar casa, embora se espere uma correção e ajustamento que, apesar disso, não será homogénea, uma vez o desfasamento da oferta face à procura é um problema grave que continua por resolver.


Os profissionais antecipam, por isso, uma natural retração ou adiamento das intenções de compra de casa, sobretudo para quem está dependente de financiamento bancário – que se espera mais rigoroso e criterioso. Sem rendimentos compatíveis com os valores praticados em grandes cidades, alguma procura vai ter de adaptar-se às circunstâncias, e apontar a mira às periferias, mas também a algumas zonas do interior. Já o investimento estrangeiro deverá manter-se constante e firme, com algumas nacionalidades a destacarem-se, de que são exemplo os norte-americanos.


Sem falsos otimismos, mas também sem alarmes, os mediadores fazem um balanço da atividade neste último ano, antecipando tendências para 2023.


Balanço de 2022: um ano dinâmico, mas “agridoce”

Em 2022, o mercado manteve-se dinâmico e registou-se um crescimento das transações imobiliárias, “o que comprova a resiliência do setor, mesmo num cenário de incerteza e de muitos desafios, como o que estamos a viver agora”, segundo Patrícia Santos, CEO da Zome. Para a responsável, o setor imobiliário continua a atrair muito investimento e a representar uma opção segura para investir, sendo “uma das formas mais rentáveis de aplicar o dinheiro”.

Rui Torgal, CEO da ERA Portugal, também destaca 2022 como um “ano muito positivo para o setor imobiliário, pautado por uma procura muito superior à oferta, apesar do aumento das taxas de juro e da inflação”. Uma visão partilhada por Luís Nunes, CEO da ComprarCasa. “Passámos a ter recordes de inflação dos últimos 30 anos e de taxas Euribor dos últimos 15 anos. Mesmo com esta realidade, a verdade é que o ano 2022 terminará com números bastante interessantes no mercado imobiliário. Sente-se uma desaceleração do mercado, mas positivo”, diz.

As taxas de juro e a inflação são, de facto, um dos “temas quentes” do ano, e que têm impacto direto na atividade, assim como nos orçamentos das famílias. Beatriz Rubio, CEO da Remax, aponta-as como “dificuldades inesperadas e que influenciaram o mercado”, às quais é preciso juntar um “espectro de crise económica europeia em 2023”. Em 2022, de facto, a inflação disparou, assim como as taxas de juro, superando, inclusive, as previsões de muitos especialistas. E as subidas não devem ficar por aqui. O Banco Central Europeu (BCE) voltou a anunciar no final da semana passada uma subida dos juros em 50 pontos, e anunciou que pretende"continuar a aumentar as taxas “significativamente" no próximo ano, para assegurar o retorno “atempado” da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo.


Inflação em Portugal: como está a evoluir?

Trata-se de um cenário que compromete a capacidade financeira das famílias para pagar as suas despesas e cumprir, nomeadamente, o pagamento da prestação da casa ao banco. Apesar disso, no Boletim Económico de dezembro de 2022, o Banco de Portugal (BdP) indica que o esforço para pagar casa vai estabilizar para quem tem menores salários. De acordo com a análise do regulador, a generalidade das famílias com empréstimos a taxa variável (inclusive a hipoteca da casa) conseguirá manter o consumo de bens essenciais e satisfazer o serviço da dívida com os seus rendimentos em 2023. Ainda assim, também precisariam de novos apoios para compensar as subida das taxas de juro e inflação.


“O instrumento que os bancos centrais podem utilizar para influenciar a inflação é a taxa de juro. Aumentando a taxa de juro e, assim, limitando o aumento de dinheiro em circulação disponível, os preços deverão baixar ou subir mais lentamente. Mas torna-se mais caro emprestar dinheiro, pelo que as pessoas dispõem de menos. Esta medida tem, pois, um efeito repressor na economia”, comenta Frederico Abecassis, CEO Coldwell Banker Portugal. E por isso, segundo o responsável, em 2022 já começou a verificar-se em algumas zonas geográficas, em clientes mais dependentes de financiamento, “algum recuo”. Por outro lado, diz que esta subida das taxas de juro não afeta o mercado internacional, “que se tem mantido fiel ao investimento em Portugal”.


“A procura de imóveis nos centros urbanos por parte de investidores ou clientes com maiores possibilidades foi constante, contudo as famílias de classe média procuram mais nas zonas periféricas das cidades de Lisboa, Porto e Coimbra, sendo evidente a procura crescente pelas zonas do interior do país”, confirma também Guida Sousa, Diretora Coordenadora Nacional da Decisões e Soluções.


Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, acrescenta que, apesar do “arrefecimento que se começa a verificar nesta reta final do ano, estima-se que o número de casas vendidas, em Portugal, em 2022, aumente no mínimo 5%, em comparação com o ano de 2021, e o volume global de transações deve crescer um pouco mais, tendo em conta o aumento do valor médio dos imóveis transacionados”. Sobre as vendas recorde e transações, Juan-Galo Macià, presidente de Engel & Völkers Espanha, Portugal e Andorra, destaca a “forte procura dos clientes internacionais” que, refere, “tem contribuído para o crescimento constante dos preços imobiliários em Portugal nos últimos cinco anos”.


Uma visão partilhada por Rafael Ascenso, diretor geral da Porta da Frente Christie’s. O responsável frisa a capacidade de Portugal, pelas suas características, conseguir "atrair cada vez mais investidores estrangeiros, e manter uma tendência de crescimento em contraciclo com outros mercados como o americano e o sueco". "A verdade é os compradores internacionais, veem no país muitos atrativos para investir e viver. Qualidade de vida, clima ameno, facilidade de integração, segurança e custo de vida que continua a ser dos mais baixos da Europa", salienta. 


Para Alfredo Valente, CEO da iad Portugal, o ano de 2022 não é fácil de descrever. “Podemos dizer que tudo vai bem com o nosso negócio, mas é impossível deixar de fora da equação tudo o que se passa ao nosso lado”, refere. “A curar as cicatrizes da pandemia vemo-nos confrontados com uma guerra na Europa, com uma crise nas cadeias de abastecimento de matérias-primas, que as tornou mais escassas e mais caras. E na segunda metade deste ano o forte impacto da inflação e o consequente aumento das taxas de juro, numa tentativa de a controlar, tornou muito difícil a vida dos portugueses. É, assim, um ano agridoce”, explica o responsável.


O que esperar do imobiliário para 2023

  • Preços das casas: estabilização e ajustamento

Os preços das casas em Portugal continuaram a subir em 2022. Os dados mais recentes do idealista revelam que, em novembro, as casas à venda ficaram 1,9% mais caras face ao mês anterior, custando 2.460 euros por metro quadrado (euros/m2) em termos medianos. A subida dos preços das casas para comprar foi visível em quase todo o território português, já que as casas ficaram mais caras em 17 capitais de distrito. Tendo em conta a variação trimestral e anual, os preços das casas para comprar em Portugal subiram 2,8% e 5,9%, respetivamente.

Mas além da falta de oferta para a elevada procura, há outros motivos que justificam o desequilíbrio no mercado residencial português que está a alavancar o custo de adquirir habitação, nomeadamente o emprego estável - os níveis de desemprego são os mais baixos da última década; a maior poupança das famílias; a disponibilidade dos bancos para conceder créditos habitação; o investimento estrangeiro; assim como a subida dos custos de construção, que voltaram a disparar com a guerra.


Evolução homóloga dos preços das casas

Dada a subida dos juros nos empréstimos da casa, e ao menor poder de compra devido à alta inflação que se faz sentir, a procura de casas poderá enfraquecer e, por conseguinte, abrir caminho para o arrefecimento do mercado imobiliário. Segundo uma análise recente do Financial Times (FT), o risco de desaceleração dos preços das casas é diferente em cada país, mas quase todos deverão sentir um abrandamento generalizado em 2023.


Esta perspetiva é partilhada pelos profissionais de mediação imobiliária portugueses. Ricardo Sousa, da C21, considera que “haverá, seguramente, no mercado de imóveis usados uma estabilização e definição mais racional dos preços de venda”, e lembra que este é um contexto muito diferente do que vivemos no passado. “Atualmente não há um excesso de endividamento das famílias, existe financiamento disponível e o risco de incumprimento com a subida das taxas de juro é muito inferior ao da última crise financeira, porque desde essa altura que os critérios de concessão de crédito se alteram radicalmente, para assegurar uma maior robustez e sustentabilidade do sistema”, defende.


Para Rui Torgal é assim provável que venhamos a assistir a “uma desaceleração da procura no setor imobiliário, traduzindo-se numa correção de preços que não será homogénea”. O responsável da ERA frisa, contudo, que “um possível ajustamento de preços não significa, de todo, uma quebra abrupta, na medida em que os fatores que contribuem para o valor atual das casas vão continuar a ser uma realidade: escassez de oferta, custos de construção e falta de mão de obra”. Uma visão igualmente partilhada por Beatriz Rubio, para quem é “natural” a que se “assistam a algumas descidas”, não obstante podermos, na mesma, “constatar subidas nos locais onde existe um enorme desfasamento entre a oferta e a procura, em si a principal causa da variação dos preços”. A responsável da Remax antecipa, da mesma forma, uma quebra da atividade em determinadas zonas, em resultado da redução da procura, assim como uma estabilização dos valores praticados.

“Esperamos que 2023 seja um ano de atenuação do ritmo de crescimento médio dos últimos anos em número de transações. Se nos últimos 4 anos o mercado cresceu a um ritmo médio de quase 3% ao ano, este ano o crescimento espera-se significativamente menor, a tender para a estabilização. Isto partindo do princípio que também a inflação tenderá a estabilizar ou mesmo começar a diminuir e que, ao longo de 2023, conheceremos o nível de taxas de juro sensivelmente ao nível que temos agora”, sustenta Alfredo Valente. Para o responsável da iad Portugal, veremos muito provavelmente “uma retração mais forte do comprador nacional - mais sensível às condições financeiras do crédito - do que do comprador estrangeiro”.


O maior desafio para o consultor imobiliário em 2023, diz, será conseguir “gerir as expectativas dos seus clientes, já que é de esperar um alargamento do prazo médio da transação, por um lado, e da margem de negociação, por outro”. “O profissionalismo e a resiliência do consultor imobiliário vão ser verdadeiramente testados”, defende.


  • Comprar casa: mudança de critérios na procura?

É expectável que as taxas de juro continuem a subir ao longo de 2023, situação que irá obrigar os portugueses a redefinirem os seus critérios de procura de habitação, “nomeadamente o valor que podem despender para comprar casa e as zonas onde terão que procurar soluções habitacionais, de acordo com a oferta existente na respetiva gama de preços”, diz Ricardo Sousa.


Patrícia Santos considera que iremos assistir a uma pressão nos preços nas zonas de maior procura, pois a expectativa para 2023 é que esta pressão se mantenha nessas zonas, essencialmente em grandes cidades, como Lisboa e Porto, mas que este “fenómeno começa a verificar-se já nas zonas mais periféricas”. Por outro lado, nas zonas de menor densidade populacional, poderá haver uma correção de preços. Além disso, segundo a CEO da Zome, “será expectável uma redução na procura, especialmente nas camadas mais jovens e com menor capacidade de capitais próprios”.


Já Guida Sousa acredita que, em 2023, “muitas famílias terão de colocar o seu imóvel à venda e descer o seu preço para gerar liquidez imediata, o que levará a um ajuste negativo dos preços de mercado, sob pena de ficarem estrangulados pela prestação ao banco durante meses a fio”. “A esta descida natural de preços, junta-se uma maior oferta de imóveis, por parte destas famílias. Esta entrada extra de imóveis no mercado vai originar uma maior redução dos preços, pois a subida da oferta é simultânea à descida da procura, por parte das famílias com menores recursos”, defende. Para esta responsável, a inflação não sendo acompanhada pelo aumento proporcional dos ordenados afeta o rendimento disponível das famílias e, consequentemente, a opção do tipo de casa a comprar. Acredita, por isso, que a opção destas famílias passe por comprar casas usadas mais baratas, para remodelar.


Por outro lado, salienta, “a procura por parte de clientes estrangeiros será cada vez maior”. “Desde a pandemia e com a intensificação do teletrabalho, Portugal tornou-se um país muito atrativo para estes investidores e a procura continuará a aumentar, sobretudo nos grandes centros urbanos e nas zonas litorais do país, o que fará com que os preços nestas localizações continuem muito altos, e quase, inacessíveis aos clientes nacionais”, defende a responsável da Decisões e Soluções.

Rafael Ascenso considera, também, que o imobiliário continuará a ser o investimento mais seguro para 2023. Contudo, diz, haverá "efeitos opostos sobre o mercado de acordo com o desafogo financeiro das famílias". O diretor geral da Porta da Frente Christie’s dá o exemplo da maioria dos portugueses que, ao contrário dos estrangeiros - que têm o mesmo problema de inflação, mas que "encontram em Portugal um mercado imobiliário maduro a um preço muito inferior aos seus países de origem" -, vive "com um orçamento mensal sem folgas".


"Uma inflação de 10%, representa menos 100 euros por mês por cada 1000 euros de rendimento. Se somarmos a isso o aumento das taxas de juro que não só se refletem na prestação da casa mas também na do carro, chegamos à conclusão que uma família com um rendimento disponível médio de 2500,00 euros/mês e um empréstimo habitação, de repente fica com menos 500 a 600 euros por mês. E estes são os agentes que não vão procurar casa tão cedo e reduzem a procura", argumenta o responsável. 


  • Desafios e oportunidades

Rui Torgal não tem dúvidas de que as oportunidades continuarão a existir, “já que a casa é um bem de primeira necessidade e o imobiliário historicamente foi e sempre será um investimento seguro e de refúgio”. Para o CEO da ERA, o maior desafio é a incerteza – que ditará a estabilização do mercado, quando se dissipar -, mas também a “construção de obra nova a preços acessíveis à classe média portuguesa”, uma vez que não se resolverão a curto prazo os problemas inerentes aos custos de construção - agravados pela guerra na Ucrânia e fruto dos preços das matérias-primas, escassez de mão de obra e constrangimentos das cadeias de abastecimento – conjugados com a dificuldade nos processos de licenciamento.


“São vários os desafios que o setor tem pela frente, sendo provavelmente o aumento da oferta o principal deles”, sublinha ainda Beatriz Rubio. Para a CEO da Remax, é preciso “apostar no desenvolvimento das periferias, na desobstrução dos processos de licenciamento, travar a subida dos preços dos materiais de construção e da energia, fomentar a adaptação às novas tecnologias e a sustentabilidade ambiental das construções”. “2023 será sem dúvida um ano com imensos desafios, alguns dos quais crónicos”, frisa.

Luís Nunes acredita que em 2023 “viveremos uma dinâmica de procura internacional, porque continuamos, claramente, a ser um país que “está de moda”, pela segurança, pela estabilidade, pelo clima, pela gastronomia...Temos que estar atentos e saber acrescentar valor ao consumidor internacional que, não duvidamos, nos irá procurar”. Além disso, o responsável da ComprarCasa considera que o próximo ano trará novidades no âmbito das soluções “green” para o imobiliário, isto é, alternativas sustentáveis e amigas do ambiente, sendo por isso importante estar cada vez mais atento a estas oportunidades construtivas.


Uma visão partilhada por Patrícia Santos, CEO da Zome, que aponta como tendências para 2023, entre outras, a aposta na sustentabilidade, “que implicará repensar os métodos construtivos de forma a tornar possível uma construção sustentável do ponto de vista ambiental, social, familiar, laboral e empresarial”; um simplex da habitação, pois acredita “que é urgente desburocratizar os processos que envolvem a nova construção e reabilitação, para responder às necessidades do mercado e adequá-las à capacidade financeira do portugueses”; e a adequação do financiamento à realidade do mercado, “criando soluções financeiras para franjas da sociedade, como por exemplo, os jovens que querem iniciar a sua vida de trabalho e não encontram no mercado soluções adaptadas às suas capacidades”.


“Em 2023, o mercado imobiliário em Portugal assentará em dois fortes pilares: a elevada procura do estrangeiro e o crescente interesse nacional criado pela pandemia. Irão surgir certamente novos desafios, mas o setor imobiliário provou, nos últimos anos, ter uma grande capacidade de adaptação e resiliência. No setor do luxo, as mudanças não serão tão bruscas, embora já estejamos a reparar que a decisão é mais lenta, mas não acreditamos numa diminuição da procura”, remata Juan-Galo Macià."

fonte: "Idealista.pt" - "2022/12/22"


IX Concentração de Vespas em Resende
Por António Trindade 12 mai., 2024
IX Concentração de Vespas em Resende
Por António Trindade 10 mai., 2024
Reflexo do comportamento dos preços registados no último ano, a valorização homóloga das casas atingiu os 9,6% no primeiro trimestre do ano, ainda assim um abrandamento face aos 17,2% registados um ano antes. "Os preços de venda das casas em Portugal (Continental) subiram 2,2% no primeiro trimestre deste ano, face ao trimestre anterior. Trata-se de uma aceleração da variação em cadeia, comparando com a subida de 1,6% registada no final de 2023. De acordo com o Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário, esta variação trimestral é bastante inferior à que se registou um ano antes, de 4,3%, mas esta performance sinaliza uma reversão do padrão de suavização das subidas de preços sentido ao longo do último ano, a qual, a confirmar-se, contraria a expetativa dominante no mercado. De qualquer forma, em reflexo do comportamento acumulado dos preços ao longo do último ano, a valorização homóloga voltou a reduzir o ritmo, atingindo 9,6% em março de 2024. Este indicador fica 7,6 pontos percentuais abaixo da taxa de variação homóloga de 17,2% registada no 1º trimestre do ano passado. Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, explica em comunicado que “nos últimos três meses, o índice inverteu a trajetória de curto-prazo, alcançando uma variação trimestral de +2,2%, depois de ter este indicador em 1,6% em dezembro. Estes números confirmam os últimos resultados do Portuguese Housing Market Survey, refletindo um comportamento mais positivo da procura e trazendo as expetativas de vendas para terreno positivo. Espera-se que as taxas de juro comecem a cair nos próximos meses, e isso está a melhorar a confiança dos compradores, o que acaba por colocar pressão adicional sobre os preços”. De acordo com as projeções realizadas a partir das vendas reportadas ao SIR-Sistema de Informação Residencial, no 1º trimestre deste ano terão sido transacionados cerca de 34.300 fogos em Portugal Continental. Este volume supera em cerca de 5% a média de 32.800 vendas por trimestre registada em 2023, confirmando a trajetória de recuperação, lenta, mas consistente, da atividade que se faz sentir desde a segunda metade do ano passado. Em termos de preços, as vendas residenciais no território Continental realizaram-se por um valor médio de 2.447 euros/m² no 1º trimestre deste ano, posicionando-se em 3.413 euros/m² na habitação nova e em 2.326/m² na habitação usada." fonte: "publico.pt" - "2024/05/08"
Por António Trindade 06 mai., 2024
Taxas Euribor desceram para todos os prazos no mês de abril, trazendo alívio às prestações, revelam simulações. "As taxas Euribor continuam a dar sinais de descida, antecipando a flexibilização da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) prevista para junho. Estas são boas notícias para as famílias que estão a pensar contratar um crédito habitação a taxa variável em maio, já que as prestações da casa estão mais baixas face aos meses anteriores, tal como revelam as simulações do idealista/créditohabitação. Quem está a pagar um empréstimo habitação indexado à Euribor e tiver revisão da prestação este mês, também pagará menos. Descobre quanto. O balanço final de abril trouxe descidas para todos os prazos das taxas Euribor face ao mês anterior: Euribor a 12 meses : a média mensal de abril desceu para 3,703%, menos 0,015 pontos percentuais (p.p.) face a março (3,718%); Euribor a 6 meses : esta taxa mensal caiu para 3,838% em abril, um menor valor comparativamente com a de março (para 3,895%); Euribor a 3 meses : a taxa do prazo mais curto desceu para 3,885%, menos 0,038 p.p. do que no mês anterior (3,923%). Estes recentes recuos da Euribor em abril – que é usada para os créditos habitação contratados em maio – vêm antecipar a queda dos juros do BCE que está prevista para junho. O que “parece cada vez mais claro é que os cortes nas taxas estão ao virar da esquina”, assume David Brito, diretor-geral da Ebury Portugal, tendo em conta que o regulador europeu admitiu na reunião de abril que “está pronto para flexibilizar a política monetária na sua próxima reunião, em junho". “O banco sente-se encorajado pelo progresso da inflação na zona euro, que deverá abrir caminho a um primeiro corte de 25 pontos base na reunião de junho”, conclui o especialista em declarações ao idealista/news. Assim, “parece cada vez mais claro que as boas notícias para os titulares de crédito à habitação surgirão a partir de junho, uma vez que, juntamente com as reduções das taxas do BCE, haverá uma queda significativa da Euribor”, indica David Brito. Como ficam as prestações da casa em maio? Com estas novas descidas da Euribor, quem está a pensar comprar casa em maio com recurso a um crédito habitação a taxa variável vai pagar menos face a quem contratou no mês anterior. É isso mesmo que revelam as simulações do idealista/crédito habitação, tendo por base um novo empréstimo habitação de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos: Crédito habitação com Euribor a 12 meses: quem avançar com o empréstimo em maio (que usa a média da Euribor de abril) vai pagar uma prestação de 777 euros no primeiro ano, menos dois euros que quem se antecipou e avançou com o financiamento em abril (779 euros). Crédito habitação com Euribor a 6 meses: a prestação da casa a pagar em maio e nos cinco meses seguintes será de 790 euros, menos seis euros face a quem contratou o empréstimo da casa em abril; Crédito habitação com Euribor a 3 meses: a prestação da casa desceu para 795 euros nos primeiros três meses do contrato, menos dois euros do que quem avançou com o crédito da casa em abril. “Além disso, quem tem de rever o seu crédito habitação, tanto anual como semestralmente, vai finalmente ver a sua prestação mensal baixar, uma vez que a Euribor há 6 e 12 meses era ligeiramente superior”, referiu ainda o diretor geral da Ebury Portugal. Em concreto, a Euribor a 12 meses de abril 2024 (3,703%) é 0,054 p.p. inferior do que há um ano (3,757%). E também a taxa a 6 meses (3,838%) caiu face à que estava seis meses antes, acima dos 4%. Assim, quem estiver a pagar crédito habitação a taxa variável (ou mista em período variável) também verá as suas prestações da casa baixar depois de serem revistas este mês. De notar que a dimensão da descida da prestação da casa dependerá do ano do contrato, bem como do capital em dívida, entre outros fatores. " fonte: "Idealista.pt" - "2024/05/03"
Por António Trindade 29 abr., 2024
Descobre as vantagens e desvantagens em comprar uma casa em planta. "A compra de imóveis em planta é uma forma de aquisição muito popular em Portugal, principalmente nas zonas urbanas. Esta é uma oportunidade de negócio muito vantajosa para os promotores, uma vez que, ao obter compradores numa fase inicial, conseguem retorno do financiamento já feito e podem aplicá-lo para financiar uma parte do projeto. Para quem quer comprar casa, os imóveis em construção podem ser opções mais acessíveis para a carteira das famílias, no entanto, há alguns cuidados que deves ter em atenção. Neste artigo, vamos mostrar-te todas as vantagens de desvantagens de comprar uma casa em planta. Comprar uma casa em planta: vantagens Comprar uma casa em planta pode ser a forma de garantir que conseguirás escolher exatamente aquele espaço que querias, e obteres uma casa que já tivesses idealizado na tua cabeça. Evitas restringires-te às opções disponíveis no mercado e podes construir a casa dos teus sonhos. A poupança é uma das vantagens que podes ter em optar por uma casa em planta, porque podes poupar um valor significativo. Um imóvel em projeto ou em construção é normalmente mais barato do que um já concluído. Ao adquirires uma casa nesta fase tem ainda mais margem para negociar o preço e podes contar com maior potencial de valorização. Ou seja, quando estiver concluído o imóvel vai valer mais. Outra vantagem que podes encontrar, é o facto de ser 100% novo. A casa que vais comprar vai ser estreada por ti e, sendo um imóvel ainda em construção, terá certamente os materiais e tecnologias mais recentes, por exemplo, em termos de insonorização ou de climatização. Se a casa vier a revelar defeitos está, por lei, abrangida pela garantia. Ao comprares a casa em planta terás a possibilidade de escolher a casa dos teus sonhos. Nesta fase, é possível escolheres acabamentos, por exemplo, em termos de cores de paredes ou pavimentos. E tens mais tempo para encontrar os móveis e outros objetos de decoração. Os pagamentos faseados fazem parte das vantagens e dão a possibilidade de juntares dinheiro para ir saldando esses compromissos. Numa fase muito inicial deves pagar o sinal, para reservar o imóvel. Depois, ao assinares o contrato promessa compra e venda, são estabelecidos outros pagamentos. Uma casa em planta permite que tenhas o tempo necessário para planear uma mudança de casa. Como sabes, é uma fase sempre muito stressante, no entanto, se for planeada com tempo evitas grande parte do stress e tens tempo para planear tudo ao pormenor. Desvantagens e riscos de comprar uma casa em planta Um dos grandes receios de quem compra uma casa em planta é que não fique da forma que foi idealizada. Por isso, damos-te a conhecer algumas desvantagens, para que possas tomar a decisão de forma consciente. Conclusão da obra por por dificuldades financeiras da empresa construtora ou do promotor. Apesar de ser um receio comum, não é algo que aconteça de forma recorrente. No entanto, o conselho que te podemos dar é, informares-te sobre a solidez da empresa e procurares algum feedback sobre essa empresa; Atrasos na finalização da obra. Para assegurares os teus direitos deves certificar-te que existe uma cláusula no CPCV que te garanta a possibilidade de receberes indemnizações por incumprimento de prazos; O resultado final não estar de acordo com o que foi idealizado. É um medo comum de quem realiza este tipo de investimento e, como tal, deves certificar-te de que compreendes todas as informações que constam na planta. Documento escrito e válido: porque é importante? Ter um documento escrito e assinado por ambas as partes é a melhor forma de salvaguardar os direitos no caso de alguma coisa correr menos bem. O documento deve, sempre, mencionar os prazos de entrega e de pagamento, bem como eventuais indemnizações no caso de incumprimento de alguma das partes. Crédito financeiro é possível para casas em construção? É possível. Contudo, como é prática comum em qualquer contrato de crédito habitação, o financiamento bancário geralmente não cobre a totalidade do valor do imóvel. Portanto, é aconselhável ter uma reserva financeira para complementar o valor do imóvel e realizar adiantamentos, se necessário. Caso não possua essa reserva, será necessário procurar uma alternativa. Se houver margem no orçamento, é recomendável utilizar recursos próprios para efetuar os adiantamentos e recorrer ao crédito apenas para situações imprevistas e para a conclusão do processo de compra." fonte: "idealista.pt" - "2024/04/29"
Por António Trindade 24 abr., 2024
A necessidade de descarbonização do imobiliário está a dar o pontapé de saída para a renovação de muitas habitações, em muitos casos, com fundos públicos disponíveis para esse investimento. Instalar janelas eficientes é uma oportunidade para tornar estas casas não só mais confortáveis, mas também mais seguras. "Na hora de tornar a casa mais segura, a instalação de janelas eficientes é uma das mudanças mais eficazes que se pode fazer, com todas as melhorias que isso traz também ao nível do conforto, da acústica e da eficiência energética. A ANFAJE – Associação Nacional dos Fabricantes de Janelas Eficientes apela a que a acústica e a segurança não fiquem de parte quando se tomam decisões sobre estes investimentos. Em entrevista ao Público Imobiliário, João Ferreira Gomes, presidente da associação, recorda que uma janela eficiente “não é apenas boa para melhorar as condições térmicas e acústicas de uma casa, com o mesmo investimento podemos conseguir também segurança antirroubo. É fundamental considerar a substituição de janelas quando se faz hoje um investimento na habitação”. A eficiência energética está longe de ser a única vantagem de uma janela eficiente. “As pessoas já têm noção da necessidade de substituir janelas más, e devem agora ter também atenção ao fator da segurança, que deve estar associado à térmica e à acústica. A população já tem alguma sensibilidade em relação às necessidades de segurança antirroubo das portas da habitação, e conhece as portas blindadas, por exemplo, mas ainda há muito desconhecimento sobre o papel que uma janela eficiente pode ter na questão da segurança antirroubo”. Além disso, é mais eficaz investir primeiro em janelas mais eficientes, antes de instalar um sistema de alarme, por exemplo. “É fundamental garantir que a casa tem um conjunto de boas janelas eficientes, para que quem vai assaltar não tenha a vida facilitada”, principalmente tendo em conta que “janelas antigas, de correr, com vidro simples, como as que temos na maior parte dos nossos edifícios em Portugal, são muito fáceis de penetrar, mesmo que o alarme toque, o ladrão já pode estar lá dentro, mas se a casa tiver também janelas eficientes, será muito mais difícil entrar”. O papel das janelas eficientes passa por tecnologia e mecanismos que impedem os eventuais assaltantes de entrar rapidamente em casa, principalmente no caso das moradias térreas, que representam a maior parte das habitações do país. Dificultar a intrusão contribui para ganhar tempo precioso, durante o qual se pode ter reação ou pedir ajuda. Ou pode, simplesmente, dissuadir quem procura um alvo mais fácil: “os ladrões tendem a escolher a solução mais fácil e mais rápida, com janelas mais fáceis de arrombar. Com janelas eficientes, estamos, no fundo, a ganhar tempo para proteger a nossa casa, no caso de ela ter sido a escolhida”. Uma oportunidade única para tornar o parque edificado português mais seguro A onda de renovação do parque edificado habitacional europeu que agora começa é uma oportunidade única para tornar as habitações não só mais sustentáveis e neutras em carbono (como assim as metas europeias definem), mas também mais seguras, já que as janelas eficientes respondem a todas estas necessidades. Para cumprir os objetivos europeus e nacionais de descarbonização da economia e do imobiliário, já estão em campo vários programas de apoio à renovação de edifícios, como o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, ou o Vale Eficiência, que se centram, sobretudo, na melhoria do conforto térmico e da eficiência energética. Mas a ANFAJE recorda que há que não esquecer também a componente acústica e a segurança, para não perder esta “oportunidade única” de reabilitação e de melhoria das condições de vida de todos. “O investimento que vai ser feito pode incluir logo todas estas melhorias”. E João Gomes garante que “atualmente, a maioria das janelas eficientes que se produzem e instalam já têm um nível de eficácia bastante elevado quanto à segurança antirroubo”, por isso o investimento não é muito superior ao da instalação de uma janela termicamente eficiente, por exemplo. João Ferreira Gomes ressalva que não se quer incentivar o medo: “tendo em conta que 3,5 milhões de casas em Portugal têm janelas ineficientes, queremos tentar que o investimento na substituição dessas janelas seja feito já com soluções que contemplem também soluções antirroubo”. Na altura de substituir janelas, “os cidadãos devem solicitar às empresas do setor, janelas dotadas de sistemas de ferragem, pontos de fecho, fechaduras mais seguras, que possam dar à janela uma maior robustez na questão da segurança antirroubo”. Empresas estão especializadas e preparadas para responder a estas necessidades " As empresas especialistas no fabrico de janelas eficientes estão “perfeitamente preparadas” para acompanhar este desafio de renovação dos edifícios, com soluções que vão permitir mais conforto e segurança numa casa mais sustentável. Segundo João Ferreira Gomes, há que procurar soluções como ferragens específicas antirroubo, com vários pontos de fecho e classificações RC2 com vidro laminado, um exemplo de solução antirroubo, difícil de quebrar mas também acusticamente mais eficiente. É necessária mais divulgação e sensibilização das seguradoras O presidente da ANFAJE acredita que também as seguradoras têm de estar mais sensibilizadas e abertas para este tema, e deveriam adotar modelos de desagravamento do custo dos seguros antirroubo da habitação semelhantes aos que já existem noutros países europeus, como no Reino Unido. João Ferreira Gomes acredita que “isto acontecerá certamente por desconhecimento das seguradoras, e esperamos que em breve estejam atentas a esta questão e que, em conjunto [ANFAJE], possamos chegar a uma solução que permita desagravar as apólices dos seguros. Apelamos a que as seguradoras desenvolvam comunicação connosco, para que os seus clientes tenham este benefício. É por aí que devemos começar”. Por outro lado, a ANFAJE está apostada em reforçar a sensibilização e a disseminação de informação junto do cliente final, numa altura em que o grande foco do setor é a eficiência energética, “até porque os apoios concedidos no âmbito dos programas públicos têm sido nesse âmbito”. Por isso, “a segurança antirroubo tem ficado um pouco de lado”. Assim, a ANFAJE “cada vez mais comunicará esta temática, explicando o porquê da necessidade de substituir janelas de má qualidade, e vai focar-se não só na questão da térmica e da acústica, mas também na questão da segurança antirroubo”." fonte: "publico.pt" - "2024/04/24"
Por António Trindade 19 abr., 2024
Garantir que os principais sistemas do negócio imobiliário estão sólidos e bem definidos é o primeiro passo. Tecnologia vem depois. "A adoção do uso de Inteligência Artificial (IA) no dia a dia dos negócios, como catalizador de produtividade, é cada vez mais uma realidade, e à semelhança das restantes áreas económicas também no setor imobiliário vai tornar-se indispensável, em articulação com a ação humana. O investimento em tempo, recursos e dinheiro é assim necessário, porque munidos com as ferramentas tecnológicas corretas, os agentes imobiliários podem focar-se nos elementos humanos da operação que são essenciais para o sucesso no mercado: clientes e relação, tal como explica Massimo Forte, consultor, coach, formador especializado em imobiliário. Afinal, antes da tecnologia, é preciso garantir que se faz o “básico, bem-feito”. “2023 foi sobre o uso da IA. 2024 é sobre usá-la melhor”. A frase é de Sheula Reddy, CEO da Mosaik, e foi dita no Inman Connect, no início deste ano, nos EUA, onde o especialista esteve presente. Neste artigo preparado para o idealista/news, Massimo Forte desenvolve porque é que esta ideia “resume muito bem o desafio tecnológico que a mediação imobiliária enfrenta”. O tema mais abordado no evento, que junta todos os anos, em Nova Iorque, tecnologia, empreendedorismo e mediação imobiliária, para vários dias de networking intensos, foi precisamente o da inteligência artificial, explicado de forma simples e prática e orientado para o que de facto já se pode fazer hoje, com resultados comprovados, e o que se poderá vir a fazer no futuro. Sem esquecer as raízes e a essência de um negócio que será sempre de pessoas para pessoas. IA ao serviço da mediação imobiliária Exemplos de ferramentas que usam IA para melhorar a produtividade: ChatGPT. Responde a perguntas, constrói e adapta conteúdo através de um bot; Opus-Clip. Faz vídeos longos a partir de vídeos curtos; Descript. Edita vídeos gerando clones de voz; Tactiq. Gera transcrições e resumos automáticos de reuniões em vídeo; Adobe Firefly. Cria imagens e ilustrações a partir de uma descrição; Durable. Constrói um website em 30 segundos; Remini. Edita fotos como se fossem de estúdio de pessoas e marcas; Alwrite. Converte vídeos em artigos textuais; Heygen. Transforma texto em vídeos narrados por uma pessoa gerada por IA; Tome. Cria automaticamente apresentações (slides); Designrr. Cria e-books e outros materiais de apoio. No evento a que Massimo Forte assistiu, foi possível conhecer várias ferramentas de contacto inicial para qualificação do potencial cliente que recorrem a bots para iniciar o diálogo com texto pelo chat, ou por voz, levando o prospect a responder de forma “natural” a uma pré-qualificação mais assertiva e com uma taxa de conversão muito elevada para condução para uma reunião física na loja, no escritório ou outro local com o potencial comprador, ou para uma primeira visita de angariação no imóvel, com o potencial cliente vendedor. Poupa tempo ao agente imobiliário e ao cliente e faz a separação entre clientes que precisam mesmo de comprar ou vender, ou aqueles que ainda não estão preparados para o fazer, mas poderão estar mais tarde e podem desta forma ser seguidos de forma eficaz via sistemas de CRM cada vez mais avançados e preditivos. Há ainda muitas ferramentas que não estão disponíveis para o mercado português, mas outras que já estão entre nós e podem começar a fazer parte das rotinas e processos de otimização de tempo, como por exemplo o ChatGPT. Especificamente, para profissionais de mediação imobiliária, já há ferramentas que hoje permitem a automação de algumas tarefas que permitem poupança em recursos humanos, tempo e dinheiro, como por exemplo: análise comparativa de mercado; elaboração de copyright para anúncios, seja para os portais como para redes sociais; preparação de apresentações de serviço, entre outras atividades. Garantir que se faz “o básico, bem-feito” Mas antes de se lançar e aprofundar no conhecimento, adoção e utilização de novas tecnologias, há que garantir que se faz “o básico, bem feito”, ou seja, há que garantir que os principais sistemas do seu negócio de mediação imobiliária estão sólidos e bem definidos, porque só assim o agente poderá perceber o que o pode ajudar a ter melhor informação, melhor produtividade e por isso, melhores resultados. Tendo como foco o cliente, Massimo Forte recorda que é importante formalizar e cuidar dos pilares do projeto de mediação. Avaliar de forma organizada os seus sistemas e processos e perceber onde se pode incluir tecnologia para ajudar o negócio: Pessoas e Cultura; Marketing e Branding; Operações; Jurídico; Financeiro. É igualmente importante incluir análises SWOT regulares onde se definem e avaliam forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para uma melhoria contínua dos sistemas e processos. Depois da adaptação, o grande desafio será o da adoção para utilização das ferramentas tecnológicas com base em IA. A tendência, principalmente no marketing e na comunicação, é pensar que estas ferramentas vão fazer tudo sozinhas e que bastará depois aplicar. Segundo os especialistas, não é bem assim, até porque se assim for, corremos o risco de não se criar diferenciação na essência de marca e comunicação. Cuidar da jornada de cliente pré e pós-compra, perceber em que pontos os agentes podem manter-se na mente dos clientes antes, durante e depois da operação, durante os anos seguintes, é fundamental. Com isso, a probabilidade de receber referências de clientes satisfeitos aumenta substancialmente e otimiza o esforço e custo por contacto com taxas de conversão mais elevadas que qualquer outra campanha. “Automatizar o processo, mas não a mensagem” Além de especialistas em IA, o evento também contou com a partilha de especialistas em marca pessoal que alertaram que a inteligência artificial veio para facilitar as tarefas, e não para as substituir, reforçando que os agentes imobiliários são marcas pessoais, e não marcas genéricas. É por isso que o foco deve estar em automatizar o processo, mas não a mensagem. Há que olhar para os resultados que as ferramentas produzem, refinar e depois saber como aplicar a sua essência para a diferenciação da sua comunicação de forma multidimensional. É fundamental que os profissionais e as marcas do mercado imobiliário criem as suas próprias mensagens, mostrem a sua essência, o seu dia a dia, o que as distingue e caracteriza para além da operação, e que depois aprendam a treinar a IA para entender completamente o seu negócio, os seus objetivos e a sua marca. Se não o fizerem, serão apenas mais um a comunicar a mesma coisa que milhares. Para finalizar, e pensando que a tecnologia através das suas várias ferramentas vão tornar o agente imobiliário cada vez mais eficiente, a pergunta que se coloca é: o que fará o agente com o tempo disponível? O negócio continuará a ser de pessoas para pessoas, e assim sendo, a relação humana para se posicionar, prospetar, aconselhar, acompanhar, negociar e seguir, será o foco para o novo tempo disponível do agente imobiliário que pretende dedicar-se ao que neste negócio importa: angariar para vender." fonte: "idealista.pt" - "2024/04/19"
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